sábado, 8 de dezembro de 2007

Yamaha YZF R1 chega a sua quinta geração


Basta engatar a primeira marcha e acelerar para perceber algumas diferenças da quinta geração da superesportiva Yamaha YZF-R1 para sua versão anterior. Com uma relação de marchas voltada para as pistas, se o piloto buscar a potência máxima de 189 cv a 12.500 rpm, ele pode chegar a quase 170 km/h apenas em primeira marcha! Vantagem nas largadas em pistas como a de Interlagos, ou no campo de provas da Pirelli, em Sumaré (SP), onde testamos a superesportiva japonesa.

Ao final da reta de menos de 1.000 m (1 km) podia-se facilmente atingir 250 km/h – e com espaço para frear (o que é mais importante). Provando que a R1 continua com suas acelerações vertiginosas, que podem levá-la de 0 a 100 km/h em 2,7 segundos.

Mas isso não significa que o novo motor, que abandonou as cinco válvulas e, a exemplo da Yamaha M1 de Valentino Rossi, conta com quatro válvulas por cilindro, não tenha “força” em baixas e médias rotações. O propulsor de quatro cilindros em linha vem equipado com um inédito duto de admissão variável controlado eletronicamente. Chamado de YCC-I (Yamaha Chip Controlled Intake) garante torque e potência desde as baixas rotações.

O YCC-I varia o comprimento do duto de admissão, feito em resina plástica, de acordo com a rotação do motor. A equação é a seguinte: um duto maior oferece melhor desempenho em baixas rotações, já um duto menor, ou seja, mais curto, garante alimentação para o motor em altas rotações. O comprimento do duto da nova R1 pode variar entre 65 mm e 140 mm.

Na prática, pode-se perceber a eletrônica atuando quando se está em quarta marcha a 5.000 rpm e o motor responde rápido e sem engasgos a qualquer movimento no acelerador. Uma resposta precisa, em menos de um milésimo de segundo, já que a R1 conta com acelerador eletrônico, sem cabos (YCC-T – Yamaha Chip Controlled Throttle). Resumindo, o novo motor desta R1 herdou a mais alta tecnologia das pistas de MotoGP.

Curvas suaves

Outra inovação que vem das pistas direto para esta nova R1 é a embreagem antitravamento. O equipamento limita o torque transmitido para a roda traseira nas reduções bruscas, evitando que a mesma “derrape” em casos extremos, e permitindo aproximar-se das curvas mais suavemente. A embreagem chega a “patinar” por alguns momentos, reduzindo o efeito do freio-motor.

Isso, em conjunto com o novo quadro de alumínio, que foi reforçado, permite contornar curvas com muita facilidade. Com uma posição de pilotagem bastante racing, o piloto pode facilmente escorregar pelo banco, mirar onde quer entrar na curva e deitar sem medo.

O garfo dianteiro invertido (upside-down) e toda a sua engenharia faz com que a nova Yamaha 1.000 mostre a mesma “obediência” já característica de versões passadas. O piloto escolhe a melhor trajetória e se aproveita da ciclística impecável para contornar curvas com suavidade.

Ao voltar a acelerar, além da já citada eficiência do motor, o piloto tem a sua disposição a nova balança traseira assimétrica. Monoamortecida totalmente regulável, a nova balança mantém a roda no chão nas reacelerações, ajudada pelos pneus radiais Pirelli Diablo Corsa.

Na hora de parar essa 1.000 cm³, a Yamaha diminuiu o diâmetro dos discos dianteiros em 10 mm (agora têm 310 mm), mas instalou novas pinças de fixação radial de seis pistões, que garantem que 250 km/h podem se tornar 60 km/h progressivamente e sem sustos, ainda que em um campo de testes.

Visual musculoso

A YZF R1 manteve a identidade que fez sua fama nesses quase dez anos de história – a primeira geração foi lançada em 1998. Porém, para garantir fluxo de ar adequado à parafernália eletrônica (YCC-I), ela teve sua carenagem redesenhada em túnel de vento. As entradas de ar estão maiores e algumas peças estão mais angulosas. Da última versão para esta, a R1 manteve a dupla saída de escape traseira e a lanterna com LEDs na traseira.

Apenas quem é mesmo fanático por esta superesportiva pode notar as diferenças externas em relação ao modelo anterior com uma simples passada de olhos. Quem pilotar essa quinta geração da YZF R1, por outro lado, vai notar rapidamente as melhorias. Tanto que o japonês Noriuky Haga garantiu o vice-campeonato Mundial de Superbike por apenas dois pontos e o título de construtores para a Yamaha, o melhor resultado da marca na categoria.

Além disso, a R1 foi eleita a Moto do Ano 2007 pela Revista Duas Rodas, em outubro, e recentemente ganhou o prêmio de melhor moto importada da Associação Brasileira da Imprensa Automotiva (Abiauto).

A superesportiva está surpreendentemente mais rápida, quando isso parecia impossível. Os engenheiros de Iwata conseguiram melhorar as características da R1 para a pista, mas sem perder o torque do propulsor em baixas rotações que faz dela uma moto utilizável em ruas e estradas.

A quinta geração da superesportiva Yamaha YZF-R1 na versão 2008 está à venda na rede de concessionários da marca, apenas na cor azul, por R$ 65.225.

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