sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Nissan GT-R


O lançamento do ano para os apreciadores de automóveis nervosos aconteceu na semana passada, durante o Salão de Tóquio. O Nissan GT-R, um dos esportivos japoneses mais venerados de todos os tempos, finalmente foi mostrado em todos os seus detalhes. E que detalhes! A Nissan, sem nenhuma modéstia, que seria muito, mas muito falsa, neste caso, o chama de “o automóvel de alta performance mais bem construído e tecnologicamente avançado possivelmente já fabricado”.

Como não poderia deixar de ser, o que mais interessa aos fãs é o motor que esta maravilha da engenharia tem. Pois, ao contrário do que esperávamos, ele é um V6, e não um V8. Ruim? Nem um pouco. Trata-se de um motor 3,8-litros biturbo de 480 cv a 6.400 rpm, com torque de 588 Nm entre 3.200 rpm e 5.200 rpm , uma configuração que atende duas exigências atuais: alto desempenho com baixo consumo, em relação a outros tipos de motor. Com isso, outra preocupação crescente, com a emissão de poluentes, também tem uma resposta bastante efetiva.

O peso do GT-R não é exatamente baixo. São 1.740 kg em ordem de marcha, mesmo com o uso intensivo de alumínio e fibra de carbono na carroceria. Mesmo assim, a Nissan compensou o peso com uma aerodinâmica extraordinária para um esportivo: cx de 0,27. Isso permite ao 2+2 da Nissan chegar aos 100 km/h em 3,6 s. A máxima, apesar de não divulgada pela empresa, deve beirar os 320 km/h, se não for mais.

São números impressionantes, especialmente para um carro de 4,66 m de comprimento. A largura, de 1,90 m, aliada à altura de apenas 1,37 m e à tração nas quatro rodas, com um inédito transeixo independente, fazem o GT-R grudar no chão. Tanto que ele quebrou o recorde de Nürburgring para carros de produção em série, segundo a Nissan, percorrendo os 20,8 km da pista em 7 minutos e 38 segundos.

Falando assim, pode parecer muito tempo, mas a média de velocidade ficou em 163,5 km/h. Considere que este circuito alemão tem 73 curvas, muitas delas cegas, e que a curva de alta velocidade mais desafiadora de todo o percurso, a Kesselchen, estava molhada. Jackie Stewart apelidou a pista de “inferno verde”, já que ela fica no meio da Floresta Negra.

Contribui muito para essa alta performance o novo câmbio manual automatizado de dupla embreagem e seis marchas, semelhante à transmissão DSG vendida hoje na linha Audi e também no Passat 3.2 V6, que consegue ser mais rápido em trocas do que o melhor dos pilotos com câmbio manual tradicional. Para parar essa bala de canhão japonesa, a receita é italiana, com freios Brembo e discos estriados.

Um dos motivos para a Nissan ter tanto orgulho de seu novo carro, certamente, é o fato de ele ser uma fera nas mãos de quem saiba levá-lo aos limites e um doce de máquina para quem quer apenas dar uma voltinha a bordo de seu carrão no final de semana, sem arroubos esportivos.

“Nenhum outro carro combina tão bem velocidade, facilidade de condução, custo-benefício e estilo. Como seu antecessor, ele é uma maravilha tecnológica. Por isso dizemos que ele é para qualquer um, em qualquer lugar e a qualquer momento”, diz Carlos Tavares, vice-presidente de planejamento de produtos da Nissan.

Para qualquer um, diga-se, que tenha entre ¥ 7,77 milhões e ¥ 8.347.500, ou entre R$ 120 mil e R$ 130 mil. O esportivo brasileiro de série mais potente, o Honda Civic SI, custa quase R$ 100 mil e tem menos da metade da potência do GT-R, além de não ter tração nas quatro rodas, acelerômetro e motor e câmbio assinados pelo engenheiro responsável por sua montagem, como o Nissan.

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