quarta-feira, 14 de maio de 2008

Pagani Zonda F, o carro mais caro do Brasil

Na entrevista coletiva que concedeu, Horacio Pagani, 52, argentino radicado na Itália, contou aos jornalistas presentes um pouco de sua história. “Tenho paixão por construir carros desde pequeno. Com 10 ou 12 anos eu desenhava automóveis e dizia para minha mãe que iria à Itália para fazer automóveis. Fui nos anos 1980, sem mais dinheiro do que o suficiente para comprar uma bicicleta para mim e para minha esposa. Acabei conseguindo trabalhar na Lamborghini, em um cargo pouca coisa acima do de um faxineiro. Foi uma época difícil, sem muito trabalho. Uns dois anos depois eu já era o encarregado pela carroceria.”

A experiência na Lamborghini valeu para que Pagani adquirisse a experiência necessária para criar sua própria empresa, a Modena Design, uma companhia de projetos e pioneira no uso de materiais leves e resistentes, como a fibra de carbono. “Lá, somos todos apaixonados por automóveis, não só os nossos, mas também os criados por outras fabricantes.”

O respeito pelos outros veículos era evidente no discurso de Pagani. “Depois de trabalhar na Lamborghini, eu queria criar meu próprio carro. Não melhor ou pior, mas com uma proposta diferente. Nossos carros são caros e exclusivos, voltados a um mercado muito pequeno. A faixa etária dos compradores com dinheiro para comprar nossos automóveis é de cerca de 50, 60 anos. Assim, criamos um veículo com aparência extrema, pronto para desafiar uma pista de corrida, mas também muito confortável e luxuoso.” É a mesma proposta do Bugatti Veyron, o que torna o Zonda F um dos poucos automóveis do mundo capazes de rivalizar com uma das máquinas mais fantásticas já criada pela indústria automotiva.

Fangio

Além de parecer rápido, o Zonda F efetivamente é. Sua velocidade máxima é de 345 km/h, com uma aceleração de 0 a 100 km/h em 3,5 s. O responsável por esses belos números, além da carroceria de apenas 1.344 kg (isso para um carro de 4,44 m de comprimento e apenas 1,14 de altura), é o motor V12 fornecido pela AMG, divisão de preparação da Mercedes-Benz. Com 7.291 cm³ de capacidade, ele gera 659 cv.

Contar com um motor dessa categoria, conhecido tanto pela enorme potência quanto pela incrível docilidade, foi um presente que Pagani recebeu de seu ídolo, Juan Manuel Fangio, pentacampeão mundial de Fórmula 1 em seus primeiros anos, quando segurança era um capacete de couro e freios que funcionavam.

O piloto argentino, que correu com modelos da Mercedes-Benz, apresentou Pagani à marca alemã e facilitou o fornecimento de motores ao apadrinhar seu talentoso conterrâneo. Tanto que o Zonda F seria chamado de Fangio F1, não fosse o piloto ter morrido antes da apresentação oficial do carro. Em respeito a seu ídolo, com receio de não honrá-lo devidamente com o carro, Pagani o rebatizou. Um cuidado respeitoso, mas, diante do carro, pode-se dizer desnecessário. Fangio certamente se sentiria honrado em ver seu nome em um carro tão bonito.

Não fosse pela aparência, seria possível intuir a força do motor pela medida dos pneus Michelin Pilot Sport 2: 255/35 R19 na frente e 335/30 R20 atrás. Os freios Brembo, a disco ventilado nas quatro rodas, também denunciam o que empurra o Zonda F para a frente: os discos dianteiros, de 380 mm x 34 mm, são “mordidos” por pinças de seis pistões; os traseiros, em medida 355 mm x 32 mm, param de girar com a ajuda de quatro pistões. E param rápido. A frenagem completa, de 200 km/h à imobilidade, leva apenas 4,4 s.

Planos futuros

Segundo Horacio Pagani, a produção de seus veículos está vendida até 2010, ano a partir do qual a Platinuss deve conseguir trazer mais de uma unidade por ano ao Brasil. Serão duas, segundo Bertin.

Os Zonda, aliás, sofrem de um fenômeno interessante, característico de veículos produzidos em escala tão limitada: os usados custam mais do que os novos (cerca de 20% a mais).

Isso acontece porque seus donos podem colocar neles o preço que quiserem. Há muito poucos usados à venda (a marca chegará à centésima unidade este ano, quase dez anos depois de o Zonda ter sido lançado, em 1999). Em suma, quem quiser comprar um Zonda tem de comprar o que estiver disponível, sob pena de ter de ficar esperando uma outra oportunidade. O Zonda F que está no Brasil é o de número 73.

Ainda sem data prevista, a Pagani deve criar uma nova linha de veículos, da mesma categoria do Zonda, e o motor do futuro carro já está em desenvolvimento pela AMG. O propulsor ME 158 será feito exclusivamente para a marca italiana com alma argentina. E a parte boa é saber que, ainda que fora do alcance da maioria dos mortais, ele será trazido ao Brasil. Seja bem-vinda ao Brasil, Pagani.

Créditos: www.webmotors.com.br

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